De tal forma esta desconfiança, e consequente falta de utilização é real, que os próprios médicos parecem optar por ignorar a aplicação, possivelmente por saber qual o uso que a maioria dos utilizadores faz dela, mas serão estes que o devem introduzir, algo que não fazem, com os resultados que levaram Rui Rio a denunciar que, tendo estado num Conselho de Estado onde esteve presente um infectado, nunca foi notificado do facto.
Esta é a tradução prática de uma realidade que seria muito fácil de intuir por parte de quem conhece minimamente o comportamento humano, e facilmente demonstrável analizando os dados provenientes do uso de uma aplicação que será, sobretudo, contraproducente, em duas vertentes distintas e ambas perigosas.
Se por um lado, ainda há quem acredite que, tendo sido exposto ao vírus por ter estado na presente de alguém testado positivo, será alertado, por outro existe uma real possibilidade de um aumento da ansiedade para uma boa parte de quem instalou a aplicação, experimentando o que pode ser um autêntico terror sempre que chega uma mensagem que, naturalmente, pode alertar para uma possível exposição ao vírus.
Sem menosprezar o impacto directo desta pandemia na saúde das populações, os efeitos colaterais, patentes num ainda por explicar aumento da mortalidade, parecem francamente mais graves do que a doença em sí, o que nos leva a questionarmo-nos quanto aos efeitos de uma exposição permanente à ansiedade que resulta da possibilidade de um alerta a qualquer momento, e quais os efeitos daí resultantes no estado de saúde dos mais vulneráveis.
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