O recurso a critérios e a imposição de métricas é complexo, não apenas no seu estabelecimento, mas também na interacção entre os vários parâmetros, sendo óbvio que alguns dependem ou afectam outros e, por sua vez, desda relação causa efeito podem resultar alterações do tipo ciclico, consequência de sucessivas iterações.
Por outro lado, critérios e métricas não podem ser usados como forma de minorar as responsabilidades do decisor político a quem cabe, em última instância, a decisão final, seja esta de acordo com a proposta científica, seja contrariando-a, desde que fundamentando adequadamente a opção assumida.
Todos recordamos a absurda exigência de um acordo entre cientístas, quando é precisamente do confronto de ideias que a ciência evolui, sendo esta unanimidade ainda menos possível quando, face aos diversos ramos da ciência, a visão, e os próprios interesse, variam de forma substancial, pelo que de perspectivas muitas vezes antagónicas, nunca nascerá uma visão única.
Embora o plano ainda seja desconhecido, e se pretenda que este siga critérios científicos, não podemos deixar de intuir que esta opção se destina, em primeiro lugar, a proteger os decisores políticos, escudando-as atrás dos cientístas, que, desta forma serão responsabilizados por quaisquer falhanços, enquanto os governantes recolherão eventuais louros, caso o processo de desconfinamento se revele o mais adequado.
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