sexta-feira, dezembro 10, 2021
Portugal regressa ao "estado de calamidade" - 7ª parte
Os avanços e recuos, o discurso errático e tantas vezes imprudente, desmentido pela realidade, culminando naquilo que foi designado por "libertação", sem que nada, para além de umas eleições próximas, o justificasse, tendem a reduzir a confiança das populações e a estimular teorias da conspiração, pseudo-ciência, negacionismo ou, o que pode ser mais grave, indiferença, do que resultam comportamentos de risco, com as inevitáveis consequências.
A situação é agravada pela falta de transparência das entidades oficiais, que recusam apresentar dados considerados relevantes, como os próprios pareceres científicos nos quais se baseiam as decisões políticas, o que se traduz pelo aumento da desconfiança em decisores que já erraram demasiadas vezes e, não obstante, continuam em posições de poder.
Obviamente, face aos clamorosos, e criminosos, erros ocorridos em Dezembro passado, seria de prever que fossem adoptadas outras medidas, procurando obter um justo equilíbrio entre a defesa da saúde e o funcionamento da economia, particularmente difícil quando se permite que de uma conjuntura desfavorável, que era efectivamente previsível, decorra de uma sequência de decisões erradas, a que devemos acrescer os erros por omissão, talvez os que piores consequências tiveram.
A proximidade de eleições legislativas, e a própria dissolução do parlamento, são os dois factores que realmente determinaram quais as medidas adoptadas, tentando evitar um degradar da situação epidemiológica em Janeiro, sem que as restrições penalizassem a época festiva, situações que seriam particularmente penalizadoras na altura de decidir o voto, podendo comprometer uma vitória eleitoral por parte de quem sustenta o actual Governo, cada vez mais penalizado e desgastado por uma longa sequência de decisões e comportamentos no mínimo censuráveis.
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