Este tem sido o Inverno com uma maior área ardida, atingindo os 5.564 hectares, como consequência de perto de 1.400 ocorrências registadas, dos últimos 20 anos, uma situação a que o período de seca que atravessamos não será indiferente, criando condiçõe propícias ao alastrar das chamas, numa altura do ano a que muitos associam um baixo risco de fogo.
Não estamos apenas diante de um elevado número de ocorrências, mas também de incêndios que devastam largas áreas, como o que devastou mais de 500 hectares no parque natural de Montesinho no final de Janeiro, uma situação muito pouco comum nesta época do ano mas que, tendo em conta a situação que se vive, com um tempo excepcionalmente quente e seco, de acordo com os registos, tem vindo a propiciar.
Os incêndios fora de época têm-se tornado mais comuns, por um lado demonstrando que o conceito de "época" tem vindo a evoluir, e por outro que, ao ocorrerem numa altura em que algumas actividades agrícolas são tradicionais, e inevitáveis, sob pena de se perder um ciclo completo de culturas, para o que as queimadas são essenciais, conflituando com práticas económicas ancestrais, terão, naturalmente, tendência a aumentar, numa altura em que os meios disponíveis são mais escassos.
Sem os reforços disponíveis no Verão, a possibilidade de um incêndio atingir proporções de monta aumenta de forma muito substancial, situação agravada por um sistema de vigilância menos operante e menor transitabilidade de muitas vias de acesso, que tendem a degradar-se quando são menos utilizadas, o que ocorre fora da época onde existe uma maior presença, mesmo que apenas a nível de patrulhamento.
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