Em causa, para além da evolução climática, estão as óbvias fraquezas estruturais do país, a falta de ordenamento e organização, os investimentos errados ou os inúmeros planos não concretizados, como os das célebres Zonas de Intervenção Florestais, para quem ainda se lembra, ou a boa vontade, porque disso não passou, a seguir aos fogos em Pedrogão Grande.
Esta era uma tragédia anunciada, uma de entre muitas, inevitáveis quando as condições o propiciam, com tendência para uma maior frequência, e que apenas não tem consequências mais gravosas porque o País tem sido sucessivamente desflorestado pelos incêndios, sendo este o principal factor para que a extensão da área queimada não seja superior à verificada em anos anteriores.
A devastação causada, incluindo-se aqui a destruição, danos e perda de rendimentos futuros, ainda não está contabilizada e o seu cálculo é sempre complexo, sendo certo que existe um conjunto de prejuizos, incluindo ambientais e não patrimoniais cujo valor é particularmente difícil de quantificar, mas estaremos diante de muitos milhões de Euros, que, numa conjuntura económica particularmente desfavorável, terão um maior impacto.
Existe um conjunto de danos colaterais, e aqui os festivais de Verão que foram afectados, o impacto no turismo ou alterações de planos ou perspectivas de investimento, para apontar alguns exemplos, são prejuizos efectivos, que, em muitos casos, por ainda se encontrarem numa fase inicial, eventualmente ainda desconhecidos do público, escaparão completamente a uma avaliação, por mais cuidada que esta seja, e que, no final, pecará por escassa.
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