Assistimos, tal como na maioria dos Verões, a uma autêntica tragédia, humana, económica e ambiental, que se repete continuamente, e para a qual encontramos as habituais desculpas, que tendem a centrar-se no clima, que efectivamente tem um enorme peso, mas não é um factor imprevisível, sendo de esperar, mesmo para um leigo, que no Verão esteja calor e pouca humidade, e na mão humana, sempre presente, segundo declarações, obviamente falsas, do primeiro ministro.
Mesmo sabendo que existe mão humana, seja por negligência, seja por dolo, em muitos incêndios, existe um outro factor determinante, o abandono do Interior, do que resulta uma diminuição da actividade agrícola e um território desordenado, invadido por espécies que crescem expontaneamente, enquanto o solo se cobre de materiais finos, que permitem uma rápida propagação das chamas.
Obviamente, sobre esta última vertente, que é realmente determinante, pois permite que o fogo progrida, pouco se faz, não havendo um esforço real para repovoar o Interior, rentabilizar os espaços agrícolas e, finalmente, impor regras, apenas possíveis de implementar e cumprir quando existe retorno económico, sem o que, mesmo perante a ameaça de multas, pouco ou nada será feito.
São inúmeros os especialistas que apontam soluções que, com pequenas variações, seguem no mesmo sentido, pelo que poucas dúvidas devem restar, salvo para quem pretenda adiar soluções, que sabem serem trabalhosas e entrar em conflito com interesses estabelecidos, e que optam, continuamente, por paliativos que podem chegar sob a forma da aquisição de meios, como hoje se verifica, ou pelo adiar, normalmente a pretexto da necessidade de novos estudos e da complexidade do processo.
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