Cada um destes UH-60 "Black Hawk" pode transportar uma equipa de 12 elementos, que poderão ser da GNR ou da Força Especial de Bombeiros, com todo o seu equipamento, e pode largar até 2.950 litros de água, tendo a capacidade de operar por perto de uma duas horas e meias antes de ser reabastecido de combustível, o que representa, sem dúvida, um valor acrescentado para o dispositivo de combate aos fogos, sempre carente deste tipo de meios aéreos.
Por outro lado, quer o tipo de certificações, quer a proveniência de peças e as facilidades no treino e manutenção colocam este modelo num patamar de segurança que nos parece sólido, não sendo de prever situações complexas como as que ocorreram com os Kamov, de origem russa, e que, nos dias de hoje, enfrentam limitações a todos os níveis, o que elimina outra fonte de problemas que, mesmo que pouco aparentes, estão presentes na vida de qualquer aeronave.
Assim, esta pode ser a escolha do modelo certo e a opção de compra errada, algo a que, infelizmente, estamos habituados, reprensentando mais um gasto, neste caso de 43 milhões de Euros, do qual se pode esperar um escasso retorno caso as piores expectativas se confirmem, ficando por esclarecer qual o racional de aceitar adquirir um helicóptero com esta idade quando, mesmo reduzindo o número de unidades, se podia optar por comprar aeronaves novas, ou muito perto disso, que ofereceriam maior fiabilidade e segurança e um uso operacional mais prolongado, sendo certo que o número total de horas de voo seria superior seguindo esta última solução.
Infelizmente, o contrato está assinado e, mesmo que se revele desastroso, nada irá ressarcir nem os contribuintes, nem todos quantos possam ser mais directamente prejudicados como resultado desta opção, incluindo-se aqui os que possam sofrer como consequência da indisponibilidade destes helicópteros ou com problemas resultantes do seu desempenho, sendo provável que tenhamos no futuro mais uma comissão de inquérito inconclusiva, um processo em tribunal sem fim, e a necessidade de, mais uma vez, adquirir meios de combate aos fogos para substituir os que foram provenientes de uma má decisão.
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