A título de exemplo, as lentes de uns simples óculos de Sol, de baixa gama, construídas em policarbonato, podem ter sete camadas diferentes, com uma camada de protecção hidrofóbica exterior, de ambos os lados, destinadas a repelir água, mesmo que sob a forma de gotículas, a que se seguem duas outras camadas destinadas a proporcionar resistência física, deixando no meio as restantes três camadas, que serão aquelas que farão toda a diferença em termos de visão.
Tipicamente, a primeira destas camadas, a contar do interior, é um filtro UV400, destinado a proteger contra raios ulta-violeta, seguindo-se uma camada fotocrómica, que reage sob o efeito da luz, escurecendo quando esta é mais intensa e ficando praticamente transparente com baixa luminosidade, e uma terceira camada que é, essencialmente, uma membrana de polatização, capaz de reduzir substancialmente brilhos e reflexos, o que permite um muito maior conforto e menos variações súbitas de intensidade luminosa.
Podendo parecer redundantes algumas camadas, é de lembrar que uma lente fotocromática funciona graças à reação de moléculas de cloreto de prata ou de haleto de prata sob o efeito dos raios UV, que, graças a um processo químico, mudam de forma, reduzindo a passagem da luz visível, algo patente no escurecimento das lentes, o que é revertido quando as condições em termos de luminosidade se revertem.
Alertmos para o facto de, dado que a reacção fotocrómica é resultante dos raios UV e não à luz visível, caso estes sejam filtrados, mesmo que parcialmente, por outro elemento, como o simples parabrisas de um veículo, ou porque a iluminação é artificial, as lentes não vão escurecer, o que, naturalmente, pode revelar-se um inconveniente, pelo que esta solução deve ser devidamente avaliada.
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