Desconhecemos medidas mitigadoras, ou sequer uma campanha séria, clara, capaz de ser compreendida por todos os clientes, sobretudo os mais vulneráveis que, um dia, sem entender o que se passa, podem ficar sem comunicações, tendo nas mãos um equipamento que não encontra rede, e que se podem confrontar com uma proposta comercial, que implica uma despesa para a qual podem não estar preparados.
Interrogamo-nos sobre o papel do regulador e que tipo de intervenção teve, sendo, para nós, óbvio que, a uma poupança resultante do fim do 3G, devia corresponder a despesa para mitigar o problema, reforçando a rede 4G e disponibilizando equipamentos a quem deles necessite, sem o que muitos residentes em território nacional poderão ser privados de um serviço de primeira necessidade.
Parece-nos, no actual estado das comunicações em Portugal, que esta decisão, aparentemente lógica, é leviana, sem ter em conta a realidade nacional, sobretudo no Interior do País, onde, apesar de, em teoria, estarem presentes outras redes, o facto é que, em muitos casos, o único sinal disponível é o de 3G e, na ausência deste, qualquer contacto via rede móvel é, efectivamente impossível, com tudo o que tal implica para as populações e para a segurança do próprio território.
É de prever que, a partir do início de um processo que decorre numa altura difícil, ainda em plena época de incêndios florestais e quando a inflação corroeu parte dos rendimentos dos menos favorecidos, se comecem a sentir os impactos de um processo que parece precipitado e sem um plano de contingência adequado, e do qual podem resultar consequências da maior gravidade que, a ocorrer, terão que ser imputadas ao regulador do sector e aos diversos operadores envolvidos no processo.
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