A falta de investimento em áreas críticas, relacionadas com a segurança, veio a pagar-se, com os prejuízos a ultrapassarem os investimentos que teriam sido necessários para dispor de um melhor sistema de distribuição de energia, baseado, sobretudo, em produção nacional a custos competitivos, numa maior capacidade de recuperação em caso de falha e de comunicações capazes de se manterem funcionais durante, pelo menos, 24 horas, mesmo que sem energia.
Mesmo a anunciada substituição do SIRESP, actualmente em estudo, tem que se basear num conjunto de permissas a que o fornecimento de electricidade não é alheio, mas esta é apenas uma das inúmeras vertentes de um problema complexo, cuja resolução implica tempo, e que não pode ser sucessivamente adiado apenas porque o prestar contas é algo a que os responsáveis, seja na área operacional, seja a nível político, não se sentem obrigados e que, efectivamente, nenhum poder obriga a justificar-se perante os cidadãos.
Enquanto esperamos uma explicação completa do sucedido, e a hesitação das entidades espanholas parece encobrir uma grave responsabilidade política, que resulta de uma má gestão da rede e opções erradas, com uma prevalência excessiva de energias renováveis e um muito escasso componente de energia gerada por gás ou via centrais nucleares, foi anunciado que a autoridade portuguesa que regula o sector eléctrico aponta para 2026 para apresentar o seu relatório.
Seja a demora das entidades espanholas, que parecem incapazes de assumir os erros e o facto de as nomeações políticas resultarem desastrosas, sobretudo quando a agenda partidária substituiu uma gestão competente e objectica, seja a do regulador nacional, que, dependendo dos dados espanhóis, também parece pouco interessado em ser célere, são inaceitáveis, sendo óbvio que visam adiar possíveis processos indemnizatórios.
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