Alguém esqueceu 2.000.000.000 de Euros? - 4ª parte

Este é um assunto sério, com consequências da maior gravidade em termos económicos e que podia ter sido devastador em termos de segurança, pelo que não pode ser esquecido, sobretudo quando tudo aponta para um adiar do revelar das causas muito para além do aceitável, do que, quase certamente, vai decorrer um adiar de possíveis soluções, mantendo-se o País no actual estado de vulnerabilidade.

Temos assistido a um menor interesse por parte da comunicação social, que não insiste como deveria na divulgação de relatórios completos, que permitam aos especialistas elaborar planos que previnam situações semelhantes no futuro, nem a uma insistência por parte de nenhum partido político, uns porque ligados ao Governo, outros porque, sendo adeptos das energias renováveis, não querem reduzir a sua utilização, outros porque terão interesses diversos.

Objectivamente, um acontecimento que teve um impacto muito significativo e que se pode repetir, com as mesmas causas ou com outras, agora que as vulnerabilidades são conhecidas, devia merecer um maior interesse por parte de todos porque, se, apesar dos prejuízos, o apagão de Abril não terá causado vítimas, nada garante que uma situação semelhante, por exemplo, num período de fogos florestais ou de desastres naturais, não tenha resultados muito mais funestos.

Ao contrário de outros, não vamos deixar esquecer esta apagão, que, segundo algumas estimativas, terá custado 200 Euros a cada residente, e para o qual continuamos sem explicações, pelo que sugerimos que em cada entrevista a um governante, se coloque esta questão e que cada discurso na Assembleia de República comece por "Onde está o relatório do apagão?", como forma de manter vivo um assunto que, sendo incómodo, não pode ser esquecido.