Não foi com espanto, mas sem dúvida que com profunda reprovação que ouvimos, pela boca do Presidente da República, que não é preciso mudar o orçamento, mas tão somente fazer algumas reclassificações, para que os 2% para a Defesa sejam atingidos, o que significa, essencialmente, que simples manobras que podemos, de forma simples, classificar como contabilisticas, resolvam este défice de investimento.
Manifestamente, para o Chefe de Estado, tudo o que possa, de alguma forma, ser relacionado com a Defesa, pode contar para a verba que se pretende atingir, o que passa por incluir desde a Protecção Civil a investimentos ou gastos em meios e equipamentos de uso múltiplo, algo que, objectivamente, sucede com um sem número de produtos que, efectivamente acabam por ter uso unicamente civil, sendo consumidos fora do âmbito da Defesa.
Basta incluir investimentos em tecnologia de usos múltiplos que, podendo ser utilizada na Defesa, seja vendida a entidades no estrangeiro e não tenha uso em território nacional, para termos uma verba que, sendo incluída, em nada contribui para as Forças Armadas, sendo este um exemplo entre muitos do que este tipo de abordagem pode permitir.
Esta mistura tem tudo para correr mal, não apenas para as Forças Armadas, mas para outras entidades que entrem neste conjunto, porque, caso se pense em 2% do Produto Interno Bruto para, por exemplo, Defesa, Protecção Civil e segurança interna, e nem vale a pena acrescentar outras vertentes que, com alguma facilidade, se podem incluir, podemos defrontar-nos com uma escassez de meios generalizada em vários sectores.
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