É manifesto que há quem continue a violar a legislação, não no seu articulado, mas no seu espírito, contornando as imposições de modo a evitar consequências legais, sem ter em conta as consequências dos seus actos, que podem resultar numa tragédia, esperando-se que a denúncia pública tenha um impacto severo, do ponto de vista eleitoral ou económico, conforme aplicável, sobre quem optou por defender interesses pessoais e ignorar o interesse colectivo.
Devemos lamentar que o Governo tenha decidido impor restrições apenas a partir da meia noite, o que cria uma janela de oportunidade para quem não se importa com as consequências das suas acções, desde que não recaiam sobre os próprios, esperando que, numa próxima situação, a entrada em vigor seja imediata ou, pelo menos, e porque existe a necessidade de divulgação e cumprimento, num espaço de tempo tão curto que impeça atitudes de risco.
A gestão deste tipo de processo, bem como a do reforço de meios, pedidos de apoio ou a tomada de outras decisões que partem do poder político carece de uma maior rapidez e objectividade, o que só está ao alcance de uma liderança experiente, com grande capacidade decisional, e apoiada por gabinetes competentes, compostos por profissionais independentes e selecionados pelas suas qualificações e não por motivos partidários.
Por muito que se insista na necessidade de adoptar normas e procedimentos seguros, que previnam ou contenham os incêndios rurais, haverá sempre quem coloque o interesse pessoais acima do colectivo, pelo que, sendo impossível legislar o bom senso, a opção terá que recair numa punição mais efectiva, mesmo não havendo dolo, responsabilizando efectivamente, e aqui terá que ser a nível pecuniário, quem está na origem de ignições, com a obrigatoriedade de pagar danos, prejuízos futuros e despesas do combate.
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