Maddie McCann, desaparecida há mais de um ano
Quatro dos amigos dos McCann não estariam presentes, pelo que a Procuradoria-Geral da República optou por cancelar uma diligência que consideramos ser de pouca utilidade passado mais de um ano sobre os acontecimentos que visava reconstituir, quando a memória já não está tão fresca como de início e, em casos em que tal seja necessário, houve o tempo necessário para combinar as várias versões.
Esta diligência, que se duvida tivesse resultados práticos, poderia, essencialmente, enviar uma mensagem de que a investigação ainda decorre e a Polícia Judiciária continua a investir na resolução deste caso, mas pouco teria contribuido para o apuramento do que efectivamente ocorreu na noite do desaparecimento de Maddie.
Com o aproximar da data limite para que o inquérito permaneça sob segredo de Justiça, este é um processo que parece encaminhar-se para um lamentável fim em que a acusação de negligência dirigida contra os pais da criança desaparecida, por falha no dever de vigilância, não serve nem de consolação, nem de castigo, nem sequer pode aliviar a consciência de quem esteve envolvido no processo.
Caso esta seja a conclusão do mais mediático caso da Justiça portuguesa, estaremos diante de um objecto de estudo que bem pode exemplificar o quanto a "lei de Murphy" é real, pois tudo o que podia correr mal, na verdade, ainda correu pior do que as previsões mais pessimistas podiam fazer antever.
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