quarta-feira, dezembro 03, 2008

Presidente alerta para falta de equipamentos no Interior - 2ª Parte


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Uma antiga escola primária, hoje abandonada

Mesmo os investimentos em vias de comunicação, anunciados como forma de favorecer algumas das zonas mais remotas do nosso País, não são nem os mais adequados, nem aqueles que as populações mais anseiam e necessitam, mas tão somente as que melhor se encaixam nos desígnios ministeriais que assim justificam investimentos de monta com o pretexto da solidariedade nacional.

O abandono do Interior, resultado da falta de oportunidades de emprego, mas também da inexistência de um conjunto de serviços essenciais, que nenhum benefício fiscal compensa, tem alterado a estrutura demográfica das zonas mais atingidas por este fenómeno, resultando numa substancial redução de populações capazes de manter os campos agrícolas que, basicamente, se encontram abandonados.

Esta desertificação, para além de aumentar a vulnerabilidade da floresta, diminui substancialmente o campo de recrutamento das corporações de bombeiros, facto agravado pela actual vaga de emigração, do que resulta uma dupla sangria, uma a nível da escassez de admissões e a outra na saída precoce de efectivos.

Desta desertificação humana resulta uma extrema vulnerabilidade da floresta, a sua falta de sustentabilidade e subsquente abandono de terrenos produtivos, onde a falta de limpeza e a quase inexistência de ordenamento transformam zonas outrora produtivas em pouco mais do que gigantescos armazéns de materiais combustíveis que constituem sérios perigos para toda a área envolvente.

Existe uma ligação directa e muito próxima entre a desertificação e o abandono do Interior e o aumento gradual dos fogos florestais ao longo da década de noventa e já neste século, altura em que a extensão das áreas queimadas aliada ao aumento da eficácia no combate inverteu esta tendência, mas surge numa altura em que a insustentabilidade das zonas mais atingidas parece irreversível.

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