quinta-feira, dezembro 04, 2008

Governo vai instituir a carreira de paramédico - 2ª parte


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Uma ambulância de socorro dos bombeiros

Falta, no entanto, equacionar os custos de todo este processo, pois este aumento de qualificações não apenas requer alterações contratuais, com vínculos mais defenitivos, como resultará num aumento a nível de vencimentos, representando um encargo significativo para quem tiver que o suportar, seja o INEM, através do Estado, sejam as corporações de bombeiros, as quais já enfrentam sérias dificuldades.

Apesar do acordo inicial, o projecto defenitivo ainda está por negociar de modo a ser devidamente aprovada e regulamentada, mas este é um passo que tem todas as condições para vir a concretizar-se, ultrapassadas que estão as pressões de diversos grupos de opinião que se têm oposto ao estatuto de paramédico e a uma maior qualificação dos tripulantes das ambulâncias de socorro que não sejam enfermeiros ou médicos.

Este será um passo fundamental para equiparar Portugal aos padrões da maioria dos países europeus a nível da qualificação dos técnicos de ambulâncias, faltando, no entanto, um reforço a nível de pessoal médico e de enfermagem e um substancial melhoramento do sistema de gestão e controle de meios, que tem dificultado seriamente a acção no terreno.

No entanto, mesmo com a requalificação dos técnicos ou a contratação de mais pessoal médico, não é possível substituir meios hospitalares nem compensar as falhas resultantes do encerramento de serviços, pois a distância entre o local de intervenção e o de tratamento não será reduzido e os tempos de deslocação tenderão a manter-se.

Sendo extremamente importante a instituição da carreira de paramédico, esta melhoria no socorro não corrige problemas que derivam de erros estruturais e de uma fragilidade a nível de coordenação e gestão de meios que tem vindo a ser sucessivamente responsabilizada por incidêntes dos quais têm resultado sérias consequências para as vítimas.

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