quinta-feira, março 26, 2009

Incidência em áreas protegidas - 2ª parte


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Bombeiros durante um incêndio florestal

Este elevado número de ocorrência, em zonas desertificadas ou afastadas das populações, nas quais não existe nem vigilância, nem um trabalho sério de prevenção e de cuidados com a manutenção de acessibilidades pode, obviamente, ter origem na acção humana, mas, mesmo que tal aconteça, existe uma óbvia cumplicidade das entidades responsáveis pela gestão desta área protegida e de quem atribui os meios de protecção.

Sem acessos, como resultado de uma opção da gestão do Parque Natural da Peneda Gerês, quase sem populações autóctones, com sérias restrições de passagem que aumentam o isolamento e dificultam a detecção e vigiado por meia dúzia de guardas, é expectável que os incêndios se sucedam, sobretudo quando se permite o crescimento desordenado de vegetação.

Quando o secretário de Estado fala de especificidades, recorre a uma terminologia correcta, mas falha no seu real significado, esquecendo que as opções da gestão do PNPG em termos de prevenção, que se baseia no isolamento de uma zona praticamente vedada, quando devia ser posta ao serviço de todos, está criada uma situação potencialmente explosiva e quase inédita a nível nacional.

A defesa de áreas protegidas passa pela sua colocação ao serviço das populações, promovendo actividades consentâneas com a sua manutenção e protecção, estimulando a actividade económica autóctone, muitas vezes tradicional e essencial para o equilíbrio ecológico, e dando os meios adequados a quem está encarregue de funções de prevenção e defesa.

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