Podemos, finalmente, reflectir um pouco sobre o que seria o destino das corporações caso a vertente de combate aos fogos florestais lhes fosse retirada, sobretudo para aquelas que estão localizadas em zonas rurais e cujo pendor passaria, naturalmente para a área de socorro e evacuação ou transporte de doentes, complementada por uma pequena percentagem de missões em caso de desastres naturais, como inundações, ou no surgimento de situações inopinadas nas quais, tipicamente, se chamam os bombeiros.
Excluindo o combate aos fogos das duas competências, e obviamente cortando as verbas a tal destinadas, torna-se difícil perspectivar o futuro de numerosas corporações, seja do ponto de vista operacional, seja financeiro, seja no próprio enquadramento local e na capacidade de recrutamento, mobilização ou mesmo angariação de fundos.
Mesmo no respeitante ao socorro de doentes, a crescente implementação de meios do Instituto Nacional de Emergência Médica, não obstante numerosos meios estarem sedeados em corporações, tem vindo a empurrar cada vez mais os bombeiros para missões de transporte não urgente, função que encontra alternativa em ambulâncias particulares e, como sabemos, é francamente deficitária para as corporações.
Assim, privadas do combate aos fogos e de parte substancial das missões de socorro, do que inevitavelmente resultaria o corte das verbas a tal atribuidas, com uma actividade operacional baseada em missões deficitárias, complementadas pela esporádica e imprevisível intervenção em situações de catástrofe natural ou pequenos serviços, não será difícil de prever uma substancial redução de efectivos, a desmotivação geral e uma insustentabilidade operacional e financeira que poucos modelos de gestão poderiam ultrapassar.
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