Também será de ter em conta que devem ser dadas a estes beneficiários, que participem neste tipo de acção, uma perspectiva de futuro, concretamente conferindo-lhes prioridade no acesso à carreira de sapadores florestais, classe profissional onde ainda faltam muitos efectivos, excluindo-se qualquer possibilidade de os usar como mão de obra barata e como forma de evitar contratações necessárias.
Temos ainda a questão dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), que não foram mencionados nas declarações, mas cujo estatuto devia implicar um tratamento semelhante ao dos que benefeciam do subsídio de desemprego, sobretudo de nos lembrarmos que podem ter um contributo inferior em termos laborais para com a sociedade em que se inserem.
Faz todo o sentido que quem recebe prestações sociais por parte do Estado retribua, mas enquanto o subsídio de desemprego é atribuido, de forma temporária a quem contribui para o sistema, pelo que estamos diante de uma retribuição por parte do Estado pelas prestações pagas pelo beneficiário, no caso do RSI presume-se que este não terá contribuido da mesma forma, pelo que, em caso de compensação, deveriam ser os primeiros a ser chamados.
O equilibrio justo é, obviamente, complexo, mas é forçoso que o momento de crise que o País atravessa não leve a situações inaceitáveis, e a tentação de usar mão de obra barata, imediatamente disponível, coagida sob pena da cessação de um benefício essencial, que irá ocupar um posto de trabalho que deve pertencer a alguém com perspectiva de carreira, é inaceitável, mesmo num quadro de solidariedade, hoje mais que nunca necessário.
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