No entanto, não obstante a premência desta situação, é manifesto que continua a haver uma inversão de prioridades, patente no investimento, ainda que menor do que em anos anteriores, nas iluminações de Natal, enquanto os pequenos gastos em acções de solidariedade, como ajudar os mais vulneráveis a enfrentar o frio, são secundarizadas.
Esta escala de prioridades, ou de valores, com verbas que são atribuidas a iniciativas que, não obstante possam dar alguma beleza à cidade, em nada contribuem para a solução dos problemas dos seus habitantes, enquanto são retiradas verbas ao que realmente pode fazer a diferença e contribuir para que alguns dos mais vulneráveis tenham um Natal um pouco melhor.
Acaba por ser a sociedade civil, ela própria extremamente fragilizada pelas dificuldades crescentes que também enfrenta, através de acções de solidariedade, a acudir às situações mais prementes, que parecem multiplicar-se nas grandes cidades, suprindo parcialmente as omissões das entidades oficiais, as quais parecem alhear-se das tragédias individuais que hoje proliferam.
Sabemos que este fim de ano e aquele que se aproxima serão difíceis, cheios de incerteza, e que as entidades oficiais irão reduzir cada vez mais os seus gastos sociais, pelo que a opção da câmara de Lisboa perante esta vaga de frio indicia o que devemos esperar nos meses que se avizinham e o quanto os mais necessitados irão depender da solidariedade dos que ainda podem dispensar um pouco do que possuem.
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