A manifesta falta de abrigos, agravada face ao aumento do número de desalojados, tende a ser de alguma forma suprida através de medidas de emergência, como a abertura de um conjunto de estações do metropolitano ou a implementação de alojamentos temporários que, na verdade e face ao estado do País, deveriam ser mantidos em funcionamento por um período mais prolongado, como consequência da crise económica e social que se atravessa.
Para além dos efeitos directamente provocados pelo frio, existe um número elevado de danos colaterais, na maioria facilmente identificáveis, mas que também podem ser subtis, passando por um desgaste físico, como efeito do maior consumo de calorias no aquecimento corporal ou do mal estar generalizado que as baixas temperaturas podem provocar.
O número de acidentes domésticos também tende a aumentar em períodos de maiores dificuldades, e não podemos esquecer que dezenas de milhares de lares, por falta de pagamento, não têm energia eléctrica, recorrendo muitos a bilhas de gás ou lareiras, tantas vezes utilizados de forma indevida, em equipamentos inadequados ou no local errado, tendo-se em situações similares verificado incêndios e intoxicações.
Estes acidentes ocorrem sobretudo pelo uso de equipamentos a gás destinados a exterior no interior das habitações, sendo as vítimas normalmente jovens, ou como resultado do uso de lareiras ou outras fontes de calor capazes de atear fogo a elementos da habitação, vitimando sobretudo os mais idosos, seja através de intoxicação, seja por queimaduras.
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