E tal como começou, com um "alerta amarelo" emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o ligeiro aumento das temperaturas mínimas, que ultrapassam em 1º o limite de 3º para activação do plano de contingência, ditou o fim do apoio concedido pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) aos sem abrigo da cidade, tendo sido encerrado o pavilhão onde estes eram acolhidos e suspensas as acções que complementavam este esforço.
Após escassos dias, durante os quais foi feito um apelo às populações para que se solidarizassem e contribuissem com agasalhos, fazendo transitar estes encargos para os munícipes, a edilidade, perante a subida das temperaturas mínimas que se registam, e cuja variação é insignificante, sobretudo para quem não dispõe de abrigo, optou por terminar este apoio, mesmo estando prevista uma nova descida de temperatura para a próxima semana.
Naturalmente que usar os alertas e dados do IPMA como base de decisões políticas parece uma forma simplista de proceder, que visa, essencialmente, evitar uma responsabilização directa da CML caso surjam casos de maior gravidade, mas, no fundo, parece ser uma entidade cujo propósito é o estudo e análise das condições meteorológicas a decidir da política social da maior autarquia portuguesa.
Intuitivamente, ocorre que a CML quis reduzir a possibilidade de fatalidades na época festiva e o impacto que tal teria na opinião pública, sobretudo na apreciação que esta faria quanto à acção do presidente da autarquia, cujas ambições políticas são por demais conhecidas, e que nunca conseguiria fazer esquecer a existência de mortos durante uma vaga de frio na cidade que dirige, motivo que, dizem as aparências, terá ditado a acção da câmara nestes dias.
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