Depois de anos de decréscimo, não obstante variações e oscilações que podem apenas resultar de um ou outro caso de maior gravidade, esta inversão de uma tendência considerada sólida levanta algumas interrogações, sobretudo porque o maior aumento corresponde a vítimas mortais, que sobem em quase um quinto, num número que não inclui a morte de feridos graves, ocorrida no mês seguinte e como consequência directa do acidente.
A não inclusão destes óbitos, o que contraria as directivas comunitárias que determinam a respectiva inclusão nos dados oficiais, torna-se, no mínimo, suspeita, podendo indiciar números muito mais elevados, um aumento percentualmente superior e, sobretudo, um decréscimo das condições a nível do socorro e da assistência prestada nas urgências hospitalares.
Estes aspectos devem ser estudados e analisados separadamente, não obstante fazerem parte de um todo e existir alguma dependência do segundo em relação ao primeiro, pois ao aumento do número de acidentes graves corresponde uma maior pressão no socorro e nos meios hospitalares, faltando saber se existe proporcionalidade no aumento de vítimas mortais antes e depos da entrada nas urgências.
Se esta proporcionalidade se alterar, no sentido de o aumento ser maior após a entrada das vítimas nas urgências, tal significa que ou chegaram num estado mais grave, e nesse caso deve-se analisar qual a realidade do socorro, ou se os cuidados e a assistência têm perdido eficácia e qualidade, podendo, obviamente, ser uma combinação de ambos.
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