Obviamente, não existem números quanto a inspecções de veículos efectuadas de forma irregular, mas não temos dúvidas que, podendo o suborno ser menos custoso do que uma reparação, esta será uma opção mais frequente em tempos de crise, do que resulta uma muito menor segurança do parque circulante, envelhecido e com manifesta falta de manutenção, com a possibilidade de potenciar acidentes particularmente graves.
O substancial aumento de multas de trânsito, incluindo também aquelas que são referentes ao veículo, como falta de seguro obrigatório ou de inspecção periódica, mas sobretudo nas que dizem respeito ao comportamento dos condutores, incluindo um elevado número que resulta de comportamentos considerados como de risco e que são consideradas como infrações graves, reforçam a ideia de que o principal problema continua baseado no factor humano, o que não espanta num país onde a saúde mental é menorizada.
A combinação destes factores que enunciamos tem óbvias implicações no número de acidentes, sendo de seguir a tendência nos próximos meses, mas, sobretudo, analisando dados mais específicos, de modo a individualizar os factores mais decisivos, na correcção dos quais deverá ser efectuado um maior esforço, sabendo-se sempre que, sem a colaboração de todos, dificilmente se atingirão os resultados pretendidos.
Ao contrário de estatísticas resultantes de um universo ou período muito limitado, e no caso da sinistralidade um mês é um período curto, bastando um ou dois acidentes particularmente graves para que se registe um aumento anormal, cinco meses revelam uma tendência preocupante, que não resulta de ocorrências ocasionais, mas de algo de consistente, que tem que ser analisado e discutido na persecução de medidas que contribuam para inverter esta evolução.
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