Na vertente operacional, o quente mês de Setembro tem igualmente tido reflexos, com o prolongar do período mais crítico para além do mês de Agosto, e aqui falamos não de condições objectivas e do número de ignições e área ardida, e não do facto de ainda decorrer a "Fase Charlie", com 2016 a revelar-se como o mais complicado dos últimos anos se atentarmos aos dados oficiais.
As altas temperaturas do início de Setembro, o desgaste resultante de semanas de combate aos fogos e a diminuição das horas de luz, aquelas em que os meios aéreos podem operar, podem explicar parte do sucedido, mas o facto indesmentível é que todo o cenário estava criado em função de razões estruturais, que temos discutido, pelo que, não sendo previsível, esta situação era expectável.
Quando interrogados quanto a uma eventual falta de meios, a resposta mais comum tende a ser que estes existem, mas a falta de acessibilidade impede-os de agir, pelo que aguardam que o fogo se desloque para uma zona onde o combate seja possível ou, simplesmente, se extinga por falta de combustível.
Seja no Gerês, seja na serra Algarvia, o problema das acessibilidades surge como omnipresente num País onde foi aceite como boa prática tornar inacessíveis zonas protegidas, como forma de as preservar e proteger, acabando por comprometer a sua sustentabilidade económica e a própria segurança, sendo óbvio que a percentagem de áreas protegidas destruídas é incompatível com o seu valor patrimonial e ecológico.
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