Sempre consideramos que a última homenagem aos que perdem a vida por uma causa é que do seu sacrifício possa resultar algo de positivo, como a aprendizagem de uma lição, a mudança de comportamentos ou a revisão de procedimentos, para citar alguns exemplos, e será exactamente nesta perspectiva que este relatório, e outros similares, deve ser estudado e analisado, sempre de forma crítica e com a objectividade possível.
Naturalmente, independentemente do esforço dos autores, será impossível conhecer todos os contornos do sucedido, nomeadamente no que mais directamente diz respeito às vítimas mortais dos incêndios, tendo sempre que se admitir que dos testemunhos que constam possam existir omissões ou inexactidões ou mesmo que a síntese da informação recolhida possa enfermar de falhas, mas tal não compromete o essencial e menos ainda a necessidade de proceder a alterações conforme sugerido.
Sabendo que não existem relatórios perfeitos, na medida em que é impossível ter conhecimento de tudo o que sucedeu, a capacidade técnica dos autores e o trabalho que estes desenvolveram nesta área ao longo de anos, obriga-nos igualmente a discordar de um conjunto de críticas que escutamos e que menorizam este relatório, pondo em causa a própria honorabilidade dos autores, associando-os a interesses que nem sequer foram mencionados mas que, existindo, convém concretizar por parte de quem faz a insinuação.
Numa época de fogos, onde durante a fase mais crítica arderam mais de 120.000 hectares, se perderam nove vidas humanas e a Polícia Judiciária deteve 93 suspeitos de crimes de incendiarismo, e sobre a qual permaneciam muitas dúvidas, esta parte do relatório vem lançar alguma luz, ajudando a esclarecer um conjunto de situações das quais resultaram a tragédia que todos conhecemos pelo que, não obstante a contestação que gerou, tem que ser encarado como algo de positivo.
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