A falta de conhecimentos e a rigidez tem igualmente efeito nos procedimentos e recursos disponíveis para a pré-supressão e supressão a incêndios em Portugal, tal como a nível da percepção do risco e, acrescentamos da avaliação deste, do que resulta uma falta de segurança nas operações e no impedir "uma resposta efetiva à evolução temporal do potencial de incêndios", que neste momento tem impacto ao longo de todo ano.
Do relatório também consta a conclusão algo óbvia de que "Portugal não dispõe de operacionais especializados em meteorologia aplicada a incêndios, com acompanhamento permanente (em tempo real) das condições e dos incêndios ativos", algo inerente ao escasso "know how" disponível, apontado por diversas vezes como uma das causas mais importantes para o sucedido em Pedrogão Grande e que, noutra escala, será aplicável noutros teatros de operações.
Apesar de não ter sido considerado decisivo, é afirmado que o SIRESP, tal como todos sabemos, se baseia numa tecnologia desactualizada, incapaz de responder às actuais necessidades e que não possui sequer a resistência e resiliência que lhe permitam suportar operações, sendo extremamente vulnerável e incapaz de gerir grandes fluxos de comunicações, resultando em interrupções do serviço, cujas consequências dificilmente serão apuradas.
Agrava a dificuldade de apurar a verdade o facto de a "fita do tempo" ter sido desligada por ordem do segundo comandante operacional nacional, hoje comandante nacional, justificando a decisão com "excesso de informação que produzida", o que "contraria o Sistema de Gestão de Operações, bem como toda a doutrina instituída relacionada com o funcionamento do SADO, que impõe que todas as situações críticas devem, até de forma intempestiva, ficar registadas no sistema, independentemente da determinação operacional associada".
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