Em consequência, muito do sucedido pode não ter ficado devidamente registado, o que levanta outro tipo de questões, tal com surgem interrogações quanto ao desempenho do comandante operacional nacional, que deveria ter tido "uma presença ativa" durante o incêndio e ter "mantido a avocação" desta operação de socorro.
Naturalmente, que num fogo de grandes dimensões, como o resultante dos de Pedrogão e Góis, que conjuntamente destruiram mais de 50.000 hectares ao longo de uma semana e envolveram mais de um milhar de operacionais, as falhas são mais visíveis, com outros problemas organizacionais e logísticos a revelarem-se com uma muito maior gravidade e impondo uma acrescida urgência na sua resolução que só será possível reestruturando a ANPC.
Com quase 300 páginas, este relatório ainda demorará a ser devidamente analizados e retiradas todas as conclusões, mas o facto de se centrar essencialmente num evento, não obstante todas as extrapolações efectuadas, não lhe permite ir tão longe como seria necessário, nomeadamente a nível de causas estruturais, que vão muito para além da prevenção e combate aos incêndios e implicam toda a realidade nacional, que falta ainda analizar e discutir.
Apesar destas limitações, espera-se que haja consequências a nível operacional, onde são mais do que exigiveís, mas também a nível político, como resultado de um conjunto de opções e atitudes que são avaliadas de forma negativa e diminuem substancialmente a confiança num conjunto de dirigentes cuja substituição já começou com o comandante operacional nacional, mas que necessita de ir mais longe, garantindo independência, competência e segurança nas estruturas e tutela da ANPC.
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