A evolução climática, com profundas alterações a fazerem-se sentir, resultando num conjunto de condições que propiciam a propagação das chamas, implica rever o planeamento e alterar o dispositivo, melhorando-o sobretudo a nível técnico e científico, de modo a que seja mais rigoroso no planeamento do combate e na previsão da evolução dos incêndios, algo que a ciência permite conhecer com um grau de precisão cada vez maior.
No entanto, apesar de terem decorridos quatro meses sobre a tragédia de Pedrogão Grande, e talvez porque alguns assumam que esta seria irrepetível, muito pouco se evoluiu, parecendo natural que se possa demorar a estudar o relatório e a adoptar medidas nele constantes, sem atender à urgência inerente ao sucedido e para o que não seria necessário esperar pelas conclusões constantes do relatório que analiza esta ocorrência.
Muito embora apenas soluções profundas, a nível estrutural, possam resolver o problema dos incêndios florestais, e tal acontecerá apenas no médio e longo prazo, seria sempre de implementar medidas de contingência, antecipando uma situação que a meteorologia permitia antever, mesmo que com um grau de gravidade difícil de estimar.
A inacção, seja por que razão for, a incapacidade de adoptar medidas de contingência, o não substituir prontamente quem falhou redundamente ou a demora ou incapacidade de admitir responsabilidades são apenas alguns dos muitos factores que consideramos incontestáveis como reforço das condições para uma nova tragédia que se anunciava, sem que nada de efectivo se tenha feito para a evitar.
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