Tal como seria de esperar, o cenário para que uma nova vaga de incêndios se concentrassem quando as condições climáticas fossem propícias estava desde há muito presente, bastando que estas coincidissem para que uma tragédia acontecesse, mas dificilmente se poderia prever o quão grave se revelaria e a atitude dos governantes responsáveis por esta área.
Quando um secretário de Estado sugere que são as "próprias populações que devem ser pro-activas" e considera que mesmo que dispusesse de 50.000 efectivos o cenário seria semelhante, estamos diante da falência do próprio Estado e da sua completa autocrítica e sentido de responsabilidade.
Traduzindo, o Estado fará tudo o que deve, e se mais fizesse, tudo ficaria na mesma, mas falta o empenho das populações, que em muitos locais afectados pelos incêndios é composta, na sua maioria por idosos, conforme se pode verificar através dos dados que constam das estatísticas.
Assim, a responsabilidade, talvez mesmo a culpa, é empurrada de quem permitiu que o País assumisse esta configuração, com um Interior envelhecido, empobrecido e desertificado, para as próprias vítimas dessas opções, não só incapazes de se defender, como sem o protagonismo mediático dos governantes que, publicamente, divulgam este tipo de afirmações.
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