Naturalmente, omitem-se as grandes causas estruturais, aquelas que culpam sucessivos poderes centrais e locais pelo estado a que extensas áreas do Interior se encontram, empobrecidas, desertificadas, desordenadas, num estado de abandono que impossibilita qualquer defesa eficaz contra os incêndios, tornando-as pasto de chamas.
O impacto destas vertentes, para as quais de pouco adianta responsabilizar a protecção civil nos seuus vários níveis, os comandos operacionais ou o SIRESP, acaba por se perder em relatórios sectoriais ou parciais, sendo esquecidos entre culpas difusas que ninguém quer objectivar, sob o risco de lhe serem pedidas contas pelos papeis ou cargos que, quase certamente, terá desempenhado no passado e pelas más opções então tomadas.
Só assim se justifica a constante argumentação contra o SIRESP, que opera de acordo com as especificações aprovada por muitos dos que hoje o responsabilizam por sucessivas falhas, ou a demissão do comandante operacional nacional, esquecendo quem o nomeou, bem como a grande parte da estrutura hierárquica da ANPC, igualmente acusada de graves falhas no terreno.
Aqueles que, ao longo de anos, perseguindo interesses inconfessáveis, criaram os cenários e posicionaram os protagonistas desta triste peça e agora alegam que este não era o enredo que constava do guião, continuam impunes, muitos deles preparando novos enredos, cujo desenrolar, diz-nos a experiência, nada terão a ver com o anunciado por tão lamentáveis autores.
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