Uma escolha ou confirmação popular do plano a adoptar, recorrendo aos instrumentos existentes, pode ser uma forma de garantir o envolvimento das populações e retirar do âmbito da luta partidária um conjunto de opções que permitirão um aproveitamento, seja quando o resultado for positivo, situação em que os apoiantes terão a tentação de ficar com os louros, seja quando for negativo, com a oposição a atribuir responsabilidades e culpas, mesmo que tenha previamente manifestado apoio às decisões.
Em diversos conjuntos de textos previamente publicados abordamos esta questão, sob diversas prespectivas, incluindo na proposta de vias e soluções possíveis, bem como a nível de metodologia, sugerindo diversas alternativas, algumas podendo ser mais consensuais, outras, possivelmente, mais polémicas, mas todas pensadas como base de discussão e, eventualmente, de inspiração para projectos de melhor qualidade.
Após a tragédia dos incêndios, e mais de uma centena de mortos, toda esta problemática mantém-se mais presente do que em anos anteriores, nos quais a queda das primeiras chuvas e a chegada da época festiva secundarizava um problema que, de tão repetitivo, assumia contornos de inevitabilidade contra os quais pouco se podia fazer ou que apenas um incomportável investimento poderia, de alguma forma mitigar, sendo certo de que, para a população em geral, tudo se mantém muito presente.
Este assunto voltará, sem dúvida, a ser debatido pelos orgãos de soberania, cujas posições têm evoluído no sentido de uma visão mais abrangente, onde soluções sectoriais, como o do ordenamento da floresta, começam, lentamente, a ser entendidos como uma pequena fracção de um cenário complexo, que quem vive no Interior descreverá com alguma facilidade, mas que de fora pode custar a interpretar, sobretudo quando as prioridades incidem sobre as zonas mais populosas, onde se concentra a riqueza e a força eleitoral.
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