quarta-feira, junho 06, 2018

28 helicópteros ligeiros custam mais 47% - 2ª parte

Um simples conhecimento do mercado, que implica uma análise de um conjunto de factores, teria permitido perceber que os valores incialmente propostos, por completamente irrealistas, nunca seriam aceites e que do atraso resultante os valores exigidos pelas operadoras iria subir, acelerando-se esta subida à medida que a necessidade aumenta e o bem escasseia no mercado, algo que, naturalmente, o Governo teria que prever.

O facto de estarem disponíveis mais nove helicópteros e estes terem maior capacidade, seja a nível de descarga de água, seja no transporte de pessoal, que, segundo o Governo, justifica o aumento de preços, que passa dos 12.500.000 de Euros para dois anos para 11.500.000 para o corrente ano, acaba por ser pouco esclarecedor e aparentar não passar de uma desculpa para o insucesso negocial.

No fundo, se o Governo aceita pagar substancialmente mais por meios com capacidade superior à constante dos concursos, e esta seria a ajustada às necessidades nacionais, é inegável que estará a dispender erradamente, no limite a desbaratar, uma verba elevada, que corresponde a um excesso face ao que tinha sido considerado como o adequado face a uma conjuntura que permite prever um Verão francamente menos complicado do que a média dos últimos anos.

A ânsia de poupar na contratação, tal como sucede noutros serviços, sobretudo naqueles que, sendo mais específicos e escassos, têm uma maior incidência sazonal, traduziu-se num ajuste directo que consideramos ser o resultado de um processo gerido de forma desastrosa, dado que, seguindo o caminho escolhido, o Estado nunca poderia ganhar, ficando apenas em aberto o quanto perderia e sabemos hoje ter como resultado um aumento de 47% no aluguer de 28 meios aéreos.

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