A Altice, a quem o Estado imputou a responsabilidade das falhas sucessivas do SIRESP, já anunciou que vai adoptar uma postura mais colaborante, melhorando a infraestrutura e resolvendo os problemas que foram sendo sucessivamente reportados, mas, sendo uma empresa cujo objectivo é comercial, e que não se encontra nas melhores condições financeiras, não deixa de ocorrer que usará a posição de maioria no capital para controlar os custos dos investimentos.
Assim, mesmo que o Estado possa ir controlando a vertente operacional, sob a tutela de uma empresa privada, será esta última a decidir qual o ritmo dos investimentos, que seguirá não uma política de interesse público, mas a adquação aos seus próprios interesses e prioridades, que vão muito para além da estrutura do SIRESP, abrangendo também a sua própria rede de dados, explorada comercialmente, e da qual depende a sua sustentabilidade.
Não temos dúvidas que, independentemente da argumentação, a estratégia do Governo falhou, não atingindo o objectivo proposto e dispendendo dinheiro de forma duvidosa, mas tal não aborda a questão essencial, nomeadamente se esta solução, consubstanciada no SIRESP, é aquela que melhor serve os objectivos para os quais foi projectado e implementado, recorrendo a uma tecnologia que, já na altura, não era a mais recente.
Nesta última vertente surge a questão da participação da Motorola, fornecedora dos equipamentos, e que, naturalmente, representa mais um condicionante, resultando na utilização do material deste fabricante mesmo que existam opções mais adequadas, o que contribui para a falta de desempenho, ou mesmo obsolescência deste sistema.
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