Serão 18 os arguidos ligados ao incêndio de Pedrogão Grande, incluindo diversos comandantes operacionais da Protecção Civil a nivel distrital e comandos dos bombeiros locais, que, nalguns casos, serão acusados de 64 crimes de homicídio por negligência, para além de centenas de outros por danos corporais agravados e, quase certamente, muitos outros de danos, podendo acrescer novos crimes a uma lista já extensa.
Os sucessivos erros na condução das operações, a falha na avaliação da situação operacional, a falta de informação transmitida entre os elementos que combatiam a chamas e às próprias populações, que foram completamente abandonadas, encontram-se entre explicitadas no que será a acusação promovida pelo Ministério Público e que, provavelmente, será a mais grave de todas as que têm na origem um incêndio florestal
Funcionários da EDP, da Ascendi e ex-autarcas, que não efectuaram acções pelas quais eram responsáveis, como a manutenção e limpeza de faixas junto de estradas, o planeamento do território ou planos de defesa, serão igualmente acusados, sendo de prever que durante o mês de Setembro a acusação seja conhecida, no termo de um processo de inquérito complexo e que envolveu diversas entidades e um substancial esforço.
Naturalmente, no decurso do processo podem ser apurados novos factos que poderão dar origem à constituição de outros arguidos ou à instauração de processos autónomos, algo que, face à complexidade e extensão dos factos já conhecidos será previsível, esperando-se que algumas responsabilidades a nível hierárquico superior venham igualmente a ser apuradas, nomeadamente a nível de coordenação nacional ou de quem efectuou nomeações segundo critérios inexplicáveis.
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