Em primeiro lugar, um "drone" sobre uma via é sempre um elemento de distração, contribuindo para uma menor atenção dos condutores na estrada e aumentando a possibilidade de acidente, situação agravada pelo facto de muitos, temendo a possibilidade de uma autuação, poderem efectuar manobras repentinas, imprevisíveis e, obviamente, perigosas para o próprio e para os restantes utentes da via.
Outra questão relacionada com o uso de "drones" tem a ver com questões legais, que passam pela respectiva certificação, tal como acontece com os radares, mas com a complexidade acrescida de uma plataforma extremamente móvel, com capacidade para se movimentar sobre três eixos, e cuja aferição dos sistemas envolvem uma complexidade que pode ser legalmente explorada, eventualmente resultando na sua inutilidade para os fins agora anunciados.
Por outro lado, os "drones" não actuam em todas as áreas e uma grande parte das vítimas ocorreram em zonas urbanas, muitas vezes em pequenas ruas, onde perderam a vida perto de dois terços dos peões, cujo número de vítimas mortais aumentou o ano passado perto de 20% relativamente a 2017, atingindo as 156 em 2018, pelo que, mais uma vez, temos que considerar como principal causa da sinistralidade o comportamento dos condutores.
Não temos dúvida de que a demora no processamento de autos e do próprio sistema judicial, responsável pela aplicação de penas nos casos mais graves, incluindo-se aqui aqueles onde há perda de vidas humanas, será um dos factores que mais contribui para um clima de impunidade que contribui para a irresponsabilidade de quem conduz de forma tão negligente que assume contornos verdadeiramente criminais.
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