Desta forma, e sendo óbvias as consequências das medidas para o período de Natal, temos que equacionar se a dimensão destas decisões passa do nível meramente político para o domínio criminal, faltando o Estado ao dever de cuidar e proteger as populações, tal como é sua obrigação.
Em situações normais, num país onde o escrupuloso cumprimento da lei fosse a norma, a responsabilização de quem decidiu de forma errada, indo contra especialistas e o próprio senso comum, que não ignora o comportamento das populações, sobretudo quando, após meses de duras restrições, tem um período de maior liberdade, haveria lugar a uma investigação por parte do Ministério Público, no sentido de apurar se uma opção popular mas profundamente errada configura um crime.
Esperamos que esta investigação seja levada a cabo, complementando uma responsabilização política que se impõe, de forma a estabelecer os verdadeiros contornos e impactos de um conjunto de opções que consideramos completa e demonstravelmente erradas, que contrariam toda a evidência científica, podendo apenas representar um benefício, mesmo que marginal, para a popularidade de quem cede ao populismo.
O mês de Janeiro tem-se revelado o pior desde o início da pandemia, algo que, cumprindo-se normas e estabelecendo limites adequados, poderia ter sido evitado, sobretudo tendo em conta o maior conhecimento deste vírus, os meios disponíveis e a proximidade de uma vacina, que, naturalmente, fez baixar a guarda de muitos, para o que contribuiu o discurso dos responsáveis políticos que, na verdade, numa foram capazes de se afirmar como líderes.
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