Tendo em conta o aumento do número de sem abrigo, muitos deles indocumentados, o que indicia que os que foram identificados correspondem a uma fração daqueles que vivem na rua ou em condições equiparáveis, o problema com as baixas temperaturas aumenta, não estando previsto, face ao escasso número de dias de frio, a activação dos planos de contingência que permitiriam minorar o risco para os que vivem na rua.
O problema é particularmente crítico em Lisboa, onde se concentra grande parte dos sem abrigo e onde a mobilidade dos mesmos torna a detecção e seguimento mais complexa, mas também é na capital que se pode encontrar um maior número de habitações sem condições e sobrelotadas, resultando numa maior dificuldade por parte das autoridades para disponibilizar alojamentos, mesmo que temporários, quando a pressão imobiliária aumenta.
Também é nesta altura, com baixas temperaturas, que se verificam muitos dos incêndios urbanos, como consequência do recurso a fogueiras ou lareiras, bem como acidentes por intoxicação por monóxido de carbono, alguns deles fatais, podendo ter na origem sistemas de aquecimento defecientes ou destinados ao exterior, usados como recurso, com todos os riscos que daí derivam.
O perigo é maior em habitações com menos condições, com um elevado número de residentes de poucas posses, e que tendem a recorrer a métodos de aquecimento menos dispendiosos, mas particularmente perigosos, seja pelo perigo de incêndio, que pode alastrar a habitações vizinhas, seja perante a possibilidade de intoxicação por monoxido de carbono, situações potenciadas pelo tipo de construção e localização de muitas destas residências, algumas das quais sitas em locais pouco acessíveis.
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