Uma semana de chuva em pleno Agosto
Semanas de chuva ou com temperaturas francamente abaixo da média em pleno mês de Agosto não são inéditas, mas esta é uma situação que se tem verificado com alguma frequência nos últimos anos, tendo como contraponto o oposto em pleno Inverno, resultando naquilo que muitas vezes é designado por "incêndios fora de época", expressão que cada vez faz menos sentido.
As alterações climáticas e uma manifesta imprevisibilidade do estado do tempo, que cada vez se afasta mais de estudos existentes e de convenções que resultam de ideias há muito adquiridas, ainda carece de uma análise que permita algum tipo de projecções futuras, de modo a que seja elaborada uma base, ainda que transitória, que ajude no planeamento e na alocação de recursos ao longo de todo o ano.
É óbvio que a concentração de meios de combate aos fogos no Verão, na chamada "Fase Charlie", se baseia em dados que começam a ser desmentidos pela realidade dos últimos anos, verificando-se uma distribuição de ocorrências mais uniforme ao longo de todo o ano e esbatendo os picos que se verificam nos meses mais quentes.
Em termos operacionais, uma maior distribuição das ocorrências terá vantagens quanto ao número de meios a disponibilizar, evitando a necessidade de concentrá-los excessivamente em dois a três meses, mas levanta questões quanto à disponibilidade de pessoal fora da tradicional época de férias, o que só poderá ser corrigido com o aumento do número de profissionais.
Previsivelmente, o mês de Agosto terá um número de ocorrências e de área ardida inferior à média dos últimos anos, podendo resultar num Verão relativamente calmo, mas a experiência de anos anteriores leva a manifestar reservas quanto aos meses de Setembro e Outubro, nos quais é expectável tempo quente e uma substancial diminuição dos meios de combate disponíveis.
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