Um incêndio florestal durante a noite
Quase uma centena de bombeiros apoiados por 22 viaturas, três máquinas de rasto, quatro helicópteros e dois aviões pesados combatiam as chamas que começaram pelas 16:15 no lugar de Barranco da Vaca e se mantinha fora de controle devido ao forte vento que se faz sentir.
No local enontravam-se também duas equipas do Grupo de Análise e Uso de Fogo, com peritos na utilização de contra-fogo ou fogos tácticos, técnica muito utilizada pelos antigos Serviços Florestais que, após anos de esquecimento, voltaram a ser utilizados, agora com um novo enquadramento legal que protege quem, legitimamente, recorre a este método.
Há algumas décadas, nos anos setenta e oitenta, quando os meios técnicos disponíveis eram francamente mais escassos e o apoio aéreo quase inimaginável, o recurso a contra-fogos era um dos métodos mais utilizados não apenas pelos Serviços Florestais e pelos bombeiros mas, inclusivé, pelas próprias populações, que possuiam uma capacidade e experiência completamente diferente da actual.
A capacidade de auto-defesa das populações perante fogos de grandes dimensões, resultante de um conjunto de conhecimentos que passaram ao longo de gerações, mas também de uma estrutura demográfica completamente diferente, onde um significativo número de jovens recorria a ferramentas de sapador para combater as chamas.
Terá sido, em grande parte, a diminuição populacional, com especial incidência a nível da juventude que condicionou muitas das tácticas de combate aos incêndios, acabando por se substituir o efectivo humano por equipamentos e, sobretudo, pelo recurso quase exclusivo a quantidades de água consideradas como exageradas por muitos especialistas.
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