Segundo o relatório final do inquérito ao desarrilamento na linha do Tua em 22 de Agosto, de que resultou um morto, foi consequência de uma combinação de situações anómalas das quais, acrescentamos, não pode ser excluida a negligência.
Para além de uma curva cujo desenho é inadequado ao tipo de composição, verificou-se que existem defeciencias de alinhamento, empenos e travessas degradadas, instaladas entre 1968 e 1990, e portanto com idades entre os 18 e os 40 anos, o que numa zona muito húmida sobranceira a um rio representa um desgaste adicional.
Mas também a automotora não escapa às críticas, seja pelo modelo utilizado, inadequado ao tipo de via, seja por problemas existentes a nível das rodas, do sistema de amortecimento e da própria manutenção, de que resulta uma lubrificação insuficiente, sendo exactamente a mesma unidade que descarrilara dois meses antes, em idênticas condições, ferindo dois passageiros.
Na altura do acidente a automotora, designada por LRV, transportava 47 ocupantes a uma velocidade de 38 quilómetros por hora, considerada como baixa, de acordo com os dados contidos no disco de tacógrafo, pelo que seria da combinação de factores como o empeno, irregularidades, desalinhamentos e problemas na suspensão e rodas que, combinados, provocaram o acidente.
Por seu lado, a Policia Judiciária, que participou nas investigações, concluiu não haver indícios de intervenção dolosa ou negligente produzidos por intervenção humana, pelo que qualquer acção criminal foi excluida, sendo que o mau estado da linha e da automotora, resultantes de falta de manutenção, parecem não ser o suficiente para que as entidades responsáveis pela sua operação sejam acusadas.
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