Militares da GNR durante uma missão
Surgem como particularmente problemáticas o aumento da criminalidade violente e organizada, para a qual não existe uma preparação adequada da maioria dos elementos das forças de segurança, excluindo alguma unidades de elite cuja selecção e treino permite uma diferenciação, causando uma sensação de insegurança, de impotência e de permanente frustração que é agravada pela revisão das leis penais, sobretudo a nível do processo penal.
Serão estas últimas alterações que poderão ter provocado efeitos colaterais que, manifestamente, escaparam ao legislador, pois para além do efeito prático conhecido e facilmente quantificável que se traduz na redução do número de presos preventivos ou na libertação de muitos detidos presentes a Tribunal, está-se a introduzir um factor de tensão e de maior pressão que vai influir negativamente no desempenho e no próprio estado de espírito de quem, por vezes, arriscou a própria vida para cumprir a sua missão.
A vaga de suicídios entre elementos das forças de segurança deverá ser observada sob uma perspectiva mais abrangente, que inclua não apenas a vertente interna, mas o enquadramento social e legal em que estes actuam e que os condicionam não apenas do ponto de vista operacional, mas também a nível psicológico, originando situações graves de depressão que tendem a evoluir rapidamente no sentido negativo.
A GNR, e as restantes forças de segurança, pode e deve esforçar-se por dar o melhor acompanhamento aos seus efectivos, mas este é um problema que extravasa em muito os limites da própria instituição, pelo que é absolutamente necessário que participem da solução os vários ministérios, nomeadamente da Administração Interna, da Justiça e das Finanças, que através de legislação criam e condicionam o cenário onde actuam os respectivos agentes.
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