quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Breve balanço do mau tempo - 2ª parte


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Efeitos das fortes chuvas em Portugal

Falta, obviamente, calcular com algum rigor os prejuizos, que serão suportados por todos, de forma directa ou indirecta, e contrapor aquilo que se pretendeu poupar, evitando investimentos absolutamente necessários, aceitando edificações absurdas e permitindo que a falta de regras e a má qualidade de muita legislação destruisse parte do País.

A verdadeira contabilização esconde, no entanto, o que se pode chamar um "número negro" que corresponde aos prejuizos assumidos por particulares ou entidades que não os revelam, seja por não possuirem seguro, seja porque não encontram forma de responsabilizar quem criou, por acção ou inacção, as condições para que as alterações climáticas, ou mesmo uma chuvada mais forte, provocassem danos de monta.

Na verdade, ao aceitar pagamentos, sob a forma de licenças ou autorizações, e vamos excluir situações menos claras, para autorizar construções, edificações ou alterações, independentemente das consequências para as populações e dos custos futuros que tal implica, as entidades oficiais vendem a baixo preço a segurança e o bem estar dos habitantes, indiferentes ao custo real dos prejuizos e ao impacto devastador em que os terá que suportar.

O imediatismo, a ânsia de receitas imediatas, a falta de planeamento, para além de resultar em prejuizos que nunca são realmente contabilizados, compromete a sustentabilidade futura do País, com consequências que poderão ser devastadoras para as gerações futuras, a quem caberá, efectivamente, pagar a factura, acrescida de juros, pelos erros que hoje se cometem.

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