MAI anuncia 50.000.000 em investimentos na Protecção Civil - 2ª parte

Canarinhos numa cerimónia oficial

Em termos organizativos, está prevista para este ano de 2009 a aprovação de uma directiva operacional permanente, destinada a responder a todos os riscos que impliquem a intervenção do sistema de protecção civil, de modo a que este aja de forma integrada e devidamente coordenada.

Desta directiva vai resultar, espera-se, uma melhor articulação e coordenação a nível nacional, distrital e municipal, com uma melhor integração e complementaridade de meios em quaisquer intervenções em situações de catástrofe ou calamidade.

O sistema de protecção civil em Portugal foi, ao longo dos últimos anos, especialmente vocacionado para o combate aos fogos florestais, como consequência deste flagêlo, esquecendo muitas vezes outras vertentes que limitam a capacidade de resposta em caso de outros desastres naturais, onde existe uma extrema vulnerabilidade.

No entanto, será absurdo pensar que será um sistema de socorro, por mais eficaz que este seja, a compensar políticas de ordenamento desastrosas, as quais permitem, por exemplo, um autêntico caos urbanístico ou uma completa desertificação de muitas áreas do Interior.

O investimento na Protecção Civil, sendo essencial e sempre bem vindo, não corrige erros estruturais nem resolve problemas de fundo que resultam de uma manifesta falta de políticas integradas, das quais resultam não apenas substanciais desperdícios de recursos públicos, mas também um risco acrescido para todos quantos participam em missões de socorro.

Enquanto existir esta manifesta falha de perspectivas, os investimentos servirão de fraco paliativo, numa mera acção de controle de danos que tenderão a aumentar em consequência do agravar de um conjunto de problemas estruturais que continuam a não ser encarados de frente.