segunda-feira, março 02, 2009

Vento e acessibilidades dificultam combate às chamas - 2ª parte


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Um caminho florestal

No entanto, existe outro factor que irá condicionar ainda mais as acessibilidades, nomeadamente as cada vez maiores restrições de circulação, muitas vezes ultrapassando os limites do bom sendo e da própria racionalidade, impossibilitando assim que praticantes de todo o terreno mantenham abertos e transitáveis os caminhos florestais.

Acresce ainda a actual crise económica, de que resulta uma menor prática desta actividade, o aumento substancial do preço dos veículos todo o terreno e a diminuição do número de viaturas disponíveis, sobretudo se excluirmos deste o referente a modelos de luxo que nunca servirão para circular fora de estrada e não passam de um mero símbolo de status ou de riqueza.

O enfraquecimento da prática de todo o terreno, no respeito pela legislação existente, bem como a diminuição do parque deste tipo de veículos vai ter, como efeito colateral esquecido por muitos, a falta de condições de transitabilidade de diversos caminhos florestais e a inacessibilidade das áreas que estes servem.

A consequência desta falha a nível de acessibilidades, para além de implicar maiores custos no combate aos fogos, resultantes do maior recurso a meios aéreos, tem como consequência mais grave um maior risco para quem se aventure em caminhos florestais que se verifique estarem intransitáveis a partir de uma certa parte do trajecto e se podem ver encurralados numa autêntica armadilha.

Convirá, pois, que se analise cada problema nas suas diversas vertentes e implicações, mesmo nas menos intuitivas, estudando atentamente quais as implicações que uma dada situação ou facto pode ter noutro com o qual, aparentemente, não estará sequer relacionado.

É da capacidade de prever e avaliar as interligações entre vários fenómenos que se pode averiguar das reais qualidades intelectuais dos dirigentes políticos, as quais, infelizmente, parecem não ser apanágio de muitos dos que nos dirigem.

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