O incêndio que ocorreu na margem Sul do Tejo e se aproximou de zonas habitacionais merece um pequeno comentário que versa não a ocorrência em sí ou o combate às chamas, mas sobretudo a facilidade com que estas se aproximam de residências.
É patente que continuam a existir demasiadas zonas em torno de habitações, ou mesmo de núcleos habitacionais que não estão devidamente limpas, sendo evidente não apenas a vegetação desordenada que as ocupa, mas também o vazamento de lixo, muito do qual é inflamável e que pode incluir substâncias perigosas.
Num ano em que existem restrições ou cortes orçamentais, muitas são as autarquias que optam por poupar verbas em áreas que são, em princípio, relacionadas com higiéne e limpeza de espaços públicos, mas que afectam directamente outras vertentes, nestas incluido-se a segurança das populações.
Não estamos, obviamente, a incluir nesta vertente nem o ordenamento do território, nem as acções de prevenção, mas tão somente a falta de cumprimento de obrigações elementares, pelas quais um particular pode ser punido, mas que quando praticada por entidades oficiais tendem a ser toleradas.
A falta de limpeza de terrenos, nos seus vários aspectos, continua a ser uma das principais dificuldades no combate aos fogos e um dos factores que mais tem contribuido para a sua rápida progressão, sendo manifesta seja a falta de fiscalização em várias áreas, seja a impunidade das próprias entidades oficiais que, tendo responsabilidades atribuidas, optam por negligenciá-las sem que daí advenham consequências legais ou políticas para os respectivos titulares.
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