quinta-feira, outubro 08, 2009

Portugal foi terceiro país da Europa com mais área ardida em 2009 - 3ª parte


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Um incêndio florestal em Portugal

Não deixa de ser relevante o facto de nos anos em que a tendência para a diminuição de fogos se inverte e os números são menos favoráveis, sejam os comandantes operacionais a justificar uma inevitabilidade, enquanto nos restantes anos, quando as estatísticas são mais favoráveis, os louros sejam reclamados pelo poder político, mesmo quando não houve medidas estruturais da sua responsabilidade.

O exemplo do ano de 2008, excepcional, em grande parte devido a uma conjugação de factores difícil de repetir, com os dados a serem apresentados pela tutela política como um triunfo de opções estratégicas, e o facto de em 2009 os resultados serem revelados e comentados pelo comandante nacional, são exemplo do que consideramos ser uma inversão e valores e de atitudes.

Espera-se que seja a tutela ou a hierarquia a dar a cara por quem dele dependende, mesmo quando estamos em esferas diferentes, concretamente na da decisão política e da coordenação das operações, e nunca o contrário, prática que parece ser cada vez mais corrente não apenas a nível da Protecção Civil, mas de forma generalizada.

O número de fogos e de área ardida em 2009 pode ter as mais diversas interpretações, mas avaliar esta problemática em função dos resultados e não do que foi efectivamente feito para controlar e reduzir estes números, para além de redutor, acaba por comprometer o planeamento a longo prazo e consolidar opções casuísticas que mais não fazem do que mitigar um problema que, na verdade, só pode piorar.

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