Não deixa de ser de ressalvar que, não obstante os prejuizos registados, esta vaga de mau tempo tenha sido escassamente noticiada, de forma similar ao sucedido com os fogos florestais, sem dúvida devido à existência de notícias de maior universalidade, mas com o inconveniente de minimizar a pressão para resolver os problemas resultantes.
Assim, caberá essencialmente às populações atingidas, com algum apoio das autarquias, a difícil e ingrata tarefa de ultrapassar as consequências resultantes destes temporais, com muito pouco ou nenhum apoio do poder central, o qual parece concentrar-se essencialmente em questões de ordem económica a nível nacional e internacional, mas que parece ignorar os casos concretos a nível local.
A possibilidade de novas inundações, resultante da degradação de equipamentos e falta de manutenção, bem como de políticas de ordenação do território absurdas, que permitem construir em leitos de cheia, na orla marítima ou noutros locais de risco, sempre que possa haver compensação financeira, continua elevada, com toda a probabilidade de suceder com uma frequência cada vez maior.
Esta questão não pode ser resolvida apenas com novas intervenções, dado que muitos dos problemas são estruturais e implicam planeamento e, muitas vezes, destruir o que foi erradamente construido, de forma a que erros crónicos, com repercussões permanentes, deixem de constuituir uma ameaça para as populações que, com autorização das entidades compententes e pagando aquilo que lhes foi exigido, se instalaram em locais de risco.
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