Do último número da revista Visão, que mencionamos relativamente à inclusão de relógios, consta um artigo sobre os helicópteros pesados Kamov, um tema que abordamos por diversas vezes, não apenas enquanto aeronave, mas também na sua inclusão na agora extinta Empresa de Meios Aéreos, ou EMA, que merece ser lido, por vir lançar mais um conjunto de questões relaciondas com toda a extensa problemática da qual são protagonistas.
Sem colocar em causa os méritos dos Kamov Ka32 enquanto aeronaves, sobre as quais e no uso para o qual foram concebidos, se encontram ao nível do que de melhor existe, a sua aquisição e adequação para um conjunto de missões no âmbito da Protecção Civil, a gestão que a EMA fez destes meios, bem como todos os custos inerentes e o seu nível de operacionalidade merecem uma especial atenção e uma investigação judicial.
Com um gasto estimado que se aproxima dos 350.000.000 Euros, um custo por hora de voo que pode rondar os 35.000 Euros e apenas 3 dos 6 helicópteros adquiridos operacionais e integrados no dispositivo de combate aos incêndios, os Kamov revelam-se como uma catástrofe financeira, tal como, efectivamente, toda a gestão da EMA se revelou, traduzindo um modelo de negócio impossível nos moldes em que foi criado.
Num processo longo, onde múltiplos intervenientes se degladiam e recusam responsabilidades, é inegável que existe ampla matéria criminal, mas que na origem está a concepção da EMA, do seu funcionamento e do tipo de aeronaves adoptadas, as quais, em função da falta de certificações, nem sequer podiam integrar-se no modelo de negócio que lhe era subjacente.
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