Não obstante a autarquia recusar uma ligação entre o sucedido e o caneiro, o principal colector de águas pluviais e residuais de Lisboa, no qual desde 2005, foram detectados diversos problemas que justificavam, ou impunham, uma intervenção, o facto é que a proximidade dificilmente permite uma exclusão de qualquer conexão com esta ocorrência quando as averiguações ainda decorrem.
Um buraco com quatro a cinco metros de diâmetro e uma profundidade que se aproxima dos nove metros tem forçosamente causas que perduram há bastante tempo e que vão lentamente criando as condições para que, sem sustentação, a placa de asfalto colapse, podendo resultar em acidentes com consequências graves, o que só por sorte não aconteceu neste caso concreto.
Sendo uma situação conhecida, não apenas através de denúncias, mas pela própria natureza e configuração do terreno circundante, que justifica uma monitorização constante e a efectivação de obras de manutenção periódicas, o que aconteceu na Avenida de Ceuta, não sendo previsível, era expectável, pelo que de forma alguma se pode excluir a negligência de quem tem a responsabilidade de prevenir este tipo de ocorrência.
O sucedido na Rua Damasceno Monteiro e na Avendida de Ceuta deve constituir um alerta para a forma como se permite construir, não apenas em Lisboa, mas também noutras cidades, bem como para a falta de resposta dos responsáveis autárquicos, que tendem a ignorar tudo quanto possa comprometer a sua gestão ou implicar custos, algo que se torna particularmente evidente quando se aproximam eleições e uma imagem positiva, mesmo que não corresponda ao desempenho, é essencial para obter bons resultados.
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